artgráfiko: O momento do livro no Brasil

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O momento do livro no Brasil
sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Paulo Goulart

Negrinha olhou para os lados, ressabiada, como coração aos pinotes. Que ventura, santo Deus! Seria possível? Depois pegou a boneca. E muito sem jeito, como quem pega o Senhor menino, sorria para ela e para as meninas, com assustados relanços de olhos para a porta. Fora de si, literalmente... era como se penetrara no céu e os anjos a rodeassem, e um filhinho de anjo lhe tivesse vindo adormecer ao colo. Puro êxtase: a plateia parecia conter a respiração tamanho o encantamento diante da interpretação de Paulo Goulart para o conto Negrinha, de Monteiro Lobato. Minutos depois, Goulart se emocionou ao ouvir a filha e também atriz Beth, homenageando Clarice Lispector. Maria Fernanda Cândido coroou a abertura da 21ª Bienal do Livro: "Para se escrever, o aprendizado é a própria vida".

Monteiro Lobato e Clarice Lispector, homenageados nesta edição da Bienal, não fazem distinção em estantes. Em seu discurso, o governador Alberto Goldman citou Clarice Fotobiografia, publicado pela Imprensa Oficial. "Livros são importantes na formação das pessoas", lembrou. "O livro está se transformando num bem de primeira necessidade. É o pão da alma."

Após a solenidade no Auditório Elis Regina, o governador visitou a exposição.